Maçãs, Melões e Cristãos!!
“Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador. Toda vara em mim que não dá fruto, a tira; e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto. Vós já estais limpos pela palavra que vos tenho falado. Estai em mim, e eu, em vós; como a vara de si mesma não pode dar fruto, se não estiver na videira, assim também vós, se não estiverdes em mim. Eu sou a videira, vós, as varas; quem está em mim, e eu nele, este dá muito fruto, porque sem mim nada podereis fazer. Se alguém não estiver em mim, será lançado fora, como a vara, e secará; e os colhem e lançam no fogo, e ardem. Se vós estiverdes em mim, e as minhas palavras estiverem em vós, pedireis tudo o que quiserdes, e vos será feito. Nisto é glorificado meu Pai: que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos. Como o Pai me amou, também eu vos amei a vós; permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu amor, do mesmo modo que eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e permaneço no seu amor. Tenho-vos dito isso para que a minha alegria permaneça em vós, e a vossa alegria seja completa. O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei” Jo 15:1-12
Quando somos frutíferos?
Jesus nesse texto nos ensina que o fruto dessa árvore é a manifestação das qualidades intrínsecas da natureza dessa árvore. É fator perceptível, palpável, degustável, sentido da natureza representada, equivalente. Podemos afirmar que nunca comeremos de uma macieira um melão! Isso quer dizer que uma pessoa, que está “em Cristo”, que é parte dessa árvore, não pode dar outro fruto que não seja compatível com a natureza representada, que é Cristo, a expressão exata de Deus, que é a manifestação visível, sentida, palpável, perceptível do Pai.
E é nessa perspectiva que quero compartilhar nosso tempo aqui na Espanha. Eu olho pra tudo que estamos vivendo nesse primeiro ano de Espanha e fico admirado com a relevância desse começo. Mês passado começamos de fato a implantação da Igreja em Cáceres. Acreditamos que as pessoas que estamos discipulando logo estarão na igreja e dando fruto. Estamos desenvolvendo um ministério que chamamos de “pastores callejeros” (pastores da rua). Esse ministério não consiste em levar pessoas pra igreja, mas sim discipular elas em seu “habitat” natural. Podendo ela futuramente escolher congregar conosco. A nomenclatura “igreja” assusta grande parte da população espanhola e nos sentimos guiados por Deus nesse primeiro momento não sermos tão infáticos com o congregar mas sim em romper barreiras e pré-conceitos religiosos que afasta os espanhois de verdadeiramente conhecerem a Deus .
Apesar de ter estudado eu acredito que meu conceito sobre missões está tomando proporções maiores dentro do meu ser. Hoje penso em alguns homens, que movidos por Deus, tiveram que suportar e permanecer pra que hoje tivéssemos o evangelho. Falando de acontecimentos mais vivos na memória da igreja, como a “Reforma Protestante” com Lutero, que veio ser o protagonista da Reforma. Mas outros muitos se levantaram, muitos desses quase nada se sabe hoje, mas que foram precursores da Reforma, homens que deram suas vidas levantando-se a favor da verdade de Deus. Nós precisamos voltar a reformar-nos. A permitir que nossas vidas sejam nada mais e nada menos que fruto de estarmos em Cristo. Sermos a expressão visível, palpável, sentida de Jesus para nossa geração. Nós temos caminhado nesse entendimento aqui na Espanha. Hoje mesmo estávamos, Junior e eu, tomando café com uma família espanhola. Já temos mantido um relacionamento amigável com essa família jovem e hoje sentimos Deus nos guiando em uma conversa sobre Deus. Eles estão tão feridos e irritados com a igreja e com a religião que se denominam ateus. Eles não conseguiram até hoje ver coerência na atual conjuntura religiosa dominante na Espanha e em nenhuma outra religião. Não estamos emprestando apenas nossos ouvidos pra escutarmos suas justificativas, mas temos procurado ser a luz que dissipa a escuridão e as mentiras. Temos proclamado o Reino de Deus.
Temos tão grande privilegio e responsabilidade de sermos esses frutos vivos de Jesus nessa terra para sermos provados pela humanidade e poderem experimentar Deus em suas vidas. Jesus nos chama a estarmos nEle e a permanecermos nEle. Permanecer é uma Palavra que está tão viva em meu coração que a cada dia tenho meditado em sua profundidade. E permanecer não é apenas estar junto de, tão pouco estar ao lado de, mas sim fazer parte de. Somos chamados a não apenas vivermos a conveniência dos bons momentos e boas promessas com Jesus, mas fazermos parte integral dEle. Não existe um cristianismo alternativo. Não existe um cristianismo parcial. Porque no cristianismo tudo começa, se desenvolve e acaba em Cristo.
Em nossos dias tem se falado muito em vitória. E de fato creio nela. Mas acredito que precisamos nos adequar aos conceitos Bíblicos de vitória. Nossa vitória não está em vermos um vizinho chato se mudar de casa, ou um companheiro de trabalho que é seguidor de uma seita ou de outra religião ser demitido, ou encontrarmos uma vaga de carro no centro da cidade quando necessitamos. Você será talvez o único ramo que está em Cristo que dará fruto, comida, vida, a essas pessoas que estão perto de você.
A nossa vitoria está em deixarmos o poder da nova vida, da vida de Cristo, da nossa nova natureza (que está dotada de tudo que esteve em Jesus quando habitou entre os homens), correr em nosso ser, habitar plenamente em nós, mudar nossos conceitos e valores.
O conceito de vitória no Reino de Deus muitas vezes é “perdermos” em comparação ao conceito de vitória de nosso século. Renunciarmos, doarmos, nos fazer menos pelos outros, não vivermos nossos próprios interesses, amarmos uns aos outros como Ele nos amou permanecendo até o fim. Isso a Bíblia chama de vitória. É sermos a luz viva para o nosso vizinho que é chato e maltrata a esposa e seus filhos. É carregar em si o fruto degustável para o nosso companheiro de trabalho que não possui a mesma opção religiosa que a nossa. É muitas vezes não encontrar estacionamento onde desejaríamos para aprender um caminho de gratidão e confiança em Deus e sermos guiados pelos Seus caminhos.
Deus é bom, sempre bom, mesmo quando não possuímos o conforto que desejaríamos. Nossos lábios estão infectados de louvor por Deus quando algo que nos beneficia acontece. Mas Ele continuará sendo bom.
Precisamos nos realinhar a verdade Bíblica. Necessitamos nos arrepender e voltarmos pra Ele. Nosso desafio tem sido permanecer. Fazer parte de algo muito maior que nós mesmos e que nossos próprios interesses.
Falo em permanecer por muitas razões. E um delas é de fato permitir através de nossas raízes nessa terra, dar frutos que permaneçam.
Esse texto de Jo 15 Jesus nos ensina que o Pai está nos aperfeiçoando. Ele está nos limpando para que possamos dar mais frutos e para que nosso fruto permaneça. E me sinto muitas vezes assim… Sendo limpo, podado, mas grato a Deus por primeiramente fazer parte dessa árvore, de estar nEle (desfrutar dessa nova vida cheia de paz e segurança), por ele cuidar de mim (me limpar, me lavar e me suprir) e depois poder dar frutos (que sejam expressão palpável e degustável dessa árvore).
Deixe o Pai te limpar. Ele te espera e te ama.
“Nisto é glorificado meu Pai: que deis muito fruto; e assim sereis meus discípulos”
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